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terça-feira, 19 de outubro de 2010

COMO ESCOLHER UM DENTISTA

Encontrar o dentista adequado para você e sua família pode ser como encontra vaga de estacionamento em um shopping center lotado. Com milhares de cirurgiões-dentistas atuantes em todo o país - com suas especialidades próprias, locais específicos e as horas de atendimento - como restringir a pesquisa até encontrar um dentista que é certo para você?


Quando você tem sintomas como uma grave dor de dente, dor constante no maxilar ou sangramento nas gengivas,é fácil identificar que você precisa consultar um dentista especialista. Na maioria dos casos é indicado primeiramente consultar um dentista clínico geral para um exame bucal mais amplo.


Se o clínico geral detectar a necessidade de tratamentos que estão fora da esfera da sua capacidade, ele irá encaminhá-lo ao especialista adequado. Muitos dentistas clínicos gerais executam alguns dos mesmos tratamentos dentários feitos por especialistas, tais como extrações de dentes, canais, próteses, etc.


Além da Clínica Geral, o CFO (Conselho Federal de Odontologia) reconhece 19 especialidades em Odontologia, são elas:


  • Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais

  • Odontogeriatria

  • Dentística

  • Odontopediatria

  • Disfunção Têmporo-Mandibular e Dor Orofacial

  • Ortodontia

  • Endodontia

  • Ortopedia Funcional dos Maxilares

  • Estomatologia

  • Patologia Bucal

  • Imaginologia Dento-Maxilo-Facial

  • Periodontia

  • Implantodontia

  • Prótese Buco-Maxilo-Facial

  • Odontologia Legal

  • Prótese Dentária

  • Odontologia do Trabalho

  • Saúde Coletiva

  • Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais

10 dicas para escolher um dentista:


1- Na primeira visita ao dentista, observe com atenção as instalações físicas do local, desde a recepção ao interior do consultório. Fique atento aos aspectos relacionados à limpeza do ambiente, à esterilização do material e ao uso de gorro, luvas, máscara e agulhas descartáveis. Esses procedimnetos evitam a transmissão de doenças.


2- Durante a primeira consulta, peça todas as explicações sobre o tratamento que vai ser realizado em sua boca. O profissional deve demonstrar a competência necessária para os procedimentos e transmitir segurança ao paciente.


3- O profissional deve se preocupar em ensinar como cuidar dos dentes para prevenir problemas futuros, demonstrando cuidado com a saúde bucal de seus pacientes.


4- Repare na maneira como o dentista trata os seus pacientes, funcionários e, também, na atenção que dispensa às suas dúvidas. Se ele trata a todos com gentileza, é sinal que fará o mesmo com você.


5- O tempo de formado do profissional não é de vital importância, mas também conta pontos.


6- Não procure um dentista priorizando apenas o lado financeiro. Quando o preço for muito alto, peça descontos e, se for muito baixo, desconfie.


7- Para que sua escolha seja definitiva e segura, consulte diferentes profissionais a fim de obter vários orçamentos. Peça indicação a familiares e amigos.


8- Cuidado com propagandas enganosas. Leve em consideração o currículo do profissional e os resultados do seu trabalho. Um bom dentista deve estar bem atualizado e freqüentar congressos para se especializar cada vez mais.


9- Observe a quantidade de tempo que o profissional reserva para cada paciente. No intervalo entre as consultas é necessário que seja feita a correta limpeza do consultório.


10- Faça uma análise logo na primeira consulta se houve a preocupação do profissional quanto ao seu problema, ou simplesmente, se o profissional se restringiu a fazer o orçamento.

15 MOTIVOS PARA CONSULTAR UM DENTISTA.

  1. MANTER A SAÚDE DO CORPO: uma boca bem cuidada reflete na saúde de todo o corpo. Uma má mastigação ou mesmo uma mordida errada podem ocasionar desde dores de cabeça até problemas cardíacos. Visite um dentista e seja saudável!

  2. RECONQUISTAR A AUTO-ESTIMA: manter um sorriso saudável e harmonioso é uma boa maneira de elevar a auto-estima. Lembre-se: o seu sorriso é seu cartão de visita. Para ficar bem com você mesmo, procure um dentista!

  3. PREVENÇÃO: prevenir cáries, placa bacteriana, doenças periodontais e mau hálito evita problemas mais sérios no futuro e gastos altos em longos tratamentos. Faça um check-up periódico, seja prevenido, consulte um dentista!

  4. MANTER OS DENTES LIMPOS: uma higienização bem feita depende da escovação dos dentes e da língua, do uso de fio dental, de anti-sépticos bucais e de escova lingual, diminuindo a formação da placa bacteriana, de cáries e tártaro. Incentive a saúde bucal das crianças também. Busque a orientação de um dentista e aprenda a manter os dentes limpos corretamente!

  5. SUBSTITUIR RESTAURAÇÕES: suas restaurações antigas feitas em amálgama, aquele material na cor prata, podem ser substituídas por resinas mais atuais que são imperceptíveis e duradouras. Renove seu sorriso, visite um dentista!

  6. COLOCAÇÃO DE PRÓTESES OU IMPLANTES: A falta de algum dente causa vários incômodos, os implantes e as próteses possibilitam a substituição de um ou mais dentes perdidos. Sorria com tranquilidade, procure um dentista!

  7. ENDIREITAR OS DENTES: dentes tortos, além de serem esteticamente feios, diminuem o rendimento mastigatório, podem causar dores de cabeça e ouvido, prejudicam a fala, entre outros problemas. Marque sua consulta com um dentista e conquiste um sorriso perfeito!

  8. PERDER O MEDO: dentista não é mais sinônimo de dor. Hoje, o tratamento dentário é muito mais eficaz, rápido e indolor com a tecnologia disponível nos consultórios. Se você precisa de algum tratamento, perca o medo e agende sua consulta com um dentista!

  9. EVITAR PROBLEMAS CARDÍACOS: quase ninguém sabe, mas as bactérias do tártaro dental podem atacar o coração. A endocardite bacteriana, um tipo de problema cardiológico decorrente de processos infecciosos, pode ter origem na cavidade oral e causar a proliferação de bactérias nocivas ao organismo. Previna-se de problemas sérios como esse, visite seu dentista regularmente!

  10. NÃO TER DOR DE DENTE: a melhor solução para a dor de dente é a prevenção. Visitas periódicas ao dentista, mesmo sem a existência de qualquer sintoma, podem detectar o problema desde cedo, garantindo o sucesso do tratamento. Para evitar o surgimento de uma dor de dente repentina, consulte seu dentista duas vezes ao ano!

  11. COMBATER O MAU HÁLITO: 90% das causas do mau hálito estão na boca. Escovar os dentes e a língua é essencial para manter um bom hálito. Visitar o dentista duas vezes ao ano também pode evitar uma situação desagradável.

  12. DEIXAR OS DENTES BRANCOS: já existem muitas técnicas para clarear as diversas manchas nos dentes. O seu dentista irá realizar o tratamento indicado para o seu caso. São técnicas que vão desde raspagens e polimento até o uso de laser. Ilumine seu sorriso, procure um dentista!

  13. LIMPAR A FUNDO: mesmo realizando a higiene bucal diariamente, existem lugares que a escova não alcança, acumulando placa na gengiva e entre os dentes. Consulte seu dentista para realizar uma limpeza mais profunda!

  14. PREVENIR O CÂNCER BUCAL: exames periódicos ajudam a identificar pequenas lesões que, se não tratadas, poderão evoluir para alguma forma de câncer. Previna-se, marque uma consulta com um dentista!

  15. TRATAR CÁRIES: tratar cáries assim que elas surgem evita procedimentos mais dolorosos como tratamentos de canal e das gengivas. Visite o dentista regularmente e tenha um sorriso saudável!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Como escovar os dentes


Qual a maneira certa de escovar?

Uma escovação adequada deve durar, no mínimo, dois minutos, isto é, 120 segundos! A maioria dos adultos não chega nem próximo a este tempo. Para se ter uma idéia do tempo necessário para uma boa escovação, use um relógio na próxima vez que escovar os dentes. Escove-os com movimentos suaves e curtos, com especial atenção para a margem gengival, para os dentes posteriores, difíceis de alcançar, e para as áreas situadas ao redor de restaurações e coroas.

Concentre-se na limpeza de cada setor da boca, da seguinte maneira:

  • • Escove as superfícies voltadas para a bochecha dos dentes superiores e, depois, dos inferiores.
  • • Escove as superfícies internas dos dentes superiores e, depois, dos inferiores.
  • • Em seguida, escove as superfícies de mastigação.
  • • Para ter hálito puro, escove também a língua, local onde muitas bactérias ficam alojadas.

Técnicas corretas de escovação:

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Segure a escova em um ângulo de 45 graus e escove com movimentos que vão da gengiva à ponta dos dentes.
como-escovar2

Com suaves movimentos circulares, escove a face voltada para a bochecha, a face interna dos dentes e a superfície usada para mastigar.

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Com movimentos suaves, escove também a língua para remover bactérias e purificar o hálito.

Que tipo de escova dental devo usar?

A maioria dos dentistas concorda que a escova dental de cerdas macias é a melhor para a remoção da placa bacteriana e dos resíduos de alimentos. As escovas com cabeças menores também são mais adequadas, porque alcançam melhor todas regiões da boca, como, por exemplo, os dentes posteriores, mais difíceis de alcançar. Muitos escolhem a escova elétrica como a melhor alternativa, pois ela limpa com maior facilidade e é particularmente indicada para pessoas que têm dificuldade para higiene bucal ou têm menor destreza manual.

Qual a importância do creme dental na escovação?

É importante que você use o creme dental mais adequado para o seu caso. Atualmente existe uma grande variedade de produtos feitos especialmente para combater cáries, gengivite, tártaro, manchas e sensibilidade. Pergunte ao seu dentista qual o tipo de creme dental mais adequado.

Quando devo trocar minha escova dental?

Troque sua escova de dentes a cada três meses ou quando perceber que ela começa a ficar

desgastada. Além disso, é muito importante trocar de escova depois de uma gripe ou resfriado para diminuir o risco de nova infecção por meio dos germes que aderem às cerdas.

Visite o www.colgate.com.br

Sua fonte de informações na Internet para ter um sorriso atraente e saudável, juntamente com as últimas novidades e indicações sobre higiene bucal



segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Mastigar e engolir errado podem provocar diversos problemas de saúde

Para discutir o ato de engolir (deglutir) e suas conseqüências, fonoaudiólogos do Brasil, América Latina, Estados Unidos e Europa estiveram reunidos nos dias 12 e 13 de agosto, para discutir os melhores tratamentos disponíveis no mundo. O I Encontro Internacional de Deglutição aconteceu no Cefac, em São Paulo, e apresentou soluções para problemas que parecem impossíveis como falar assobiando, cuspir enquanto fala, falar com dificuldade, babar enquanto dorme ou tomar café sem fazer barulho.

O encontro também tratou de problemas causados por cirurgias de câncer de cabeça e pescoço incluindo a de tireóide e os problemas que a língua pode causar na estética se não ficar na posição correta e como a deglutição afeta a arcada dentária e os conseqüentes problemas ortodônticos. Durante o evento houve o lançamento do livro Tratamento da deglutição - a atuação dos fonoaudiólogos em diferentes países", escrito por 20 profissionais, americanos, sul-americanos e europeus e organizado por Irene Marchesan.

Problemas tratados pelo fonoaudiólogo

A imagem de fonoaudiólogo sempre foi associada a gagueira e troca de fonemas, principalmente do "l" pelo "r" em crianças. Mas não são só as crianças que precisam de tratamento. Neste depoimento há diversos casos de pacientes adultos. Alguns parecem simples, mas se transformam em problemas sérios de convivência e auto-estima quando não resolvidos. "Se um problema está incomodando, é preciso buscar ajuda", explica a Prof. Dra. Irene Marchesan. "Na maioria das vezes, o incômodo é o sinal de que algo não está bem e resolver o problema pode ser mais fácil do que se imagina", garante a profissional, que é Diretora do Cefac e da Ossip Cefaquinho e que coordenou o I Encontro Internacional de Deglutição, que reuniu 12 palestrantes estrangeiros e seis brasileiros para mostrar como alterações no ato de engulir (deglutição) pode alterar, interferir e mudar a vida das pessoas.

Barulho quando engole

Paciente de 43 anos não podia tomar café porque fazia barulho quando engolia e o marido não gostava. Vale lembrar que no ato de deglutir, quando passamos da fase oral para a fase faríngea, temos a ondulação da língua de frente para trás carregando o bolo alimentar para a faringe. Quando esta paciente tomava café quente, o dorso se elevava com maior força e por mais tempo, protegendo a entrada da faringe. Este movimento de elevação acabava produzindo um ruído forte, sendo desagradável para quem está perto. Ensinamos a paciente a diminuir a força do dorso da língua e o ruído desapareceu. A terapia durou apenas dois meses e resolveu o problema.

Não conseguir comer porque engasga

Homem, com 66 anos. Queixa principal: não poder comer mais empadinha. Quando as comia, engasgava muito. A fono ensinou como se dá o ato de engolir mostrando-lhe que muitas mudanças fisiológicas e musculares naturais ocorrem com a idade e, por isso, temos que modificar algumas ações ao deglutir determinados alimentos para evitar o engasgo. No caso da empada, que é um alimento muito seco e farinhento, precisamos de mais saliva para que o bolo alimentar se torne coeso. Com o avanço da idade, temos menor produção de saliva. Além da menor produção de saliva, a coordenação motora fica mais lenta. Comer alimentos muito farinhentos, colocando quantidades maiores na boca, dificultará a preparação de um bolo adequado levando ao engasgo. Como orientação terapêutica, ele passou a quebrar a empada em partes menores e introduzimos pequenas quantidades de líquido durante a mastigação quando necessário, para umedecer melhor o alimento. E o paciente voltou a comer a empada sem se engasgar.

Cuspir enquanto fala

Paciente 54 anos, balconista de uma loja de shopping estava com medo de perder o emprego, pois, quando falava expelia saliva (cuspia), além de apresentar ceceio anterior (projeção de língua entre os dentes anteriores). A partir da ameaça de perder o emprego, ela passou a falar com a boca mais fechada, evitando a saída da língua e da saliva. Esta técnica, empregada intuitivamente por ela, fez com que sua fala ficasse imprecisa e que perdesse a naturalidade nas vendas. Meses antes, procurando melhorar sua estética, a paciente procurou um dentista que colocou um aparelho que, aparentemente, criou um desequilíbrio e permitiu que a língua escapasse e o controle da saliva ficasse mais difícil. Após uma conversa com o dentista houve uma modificação na aparatologia utilizada, o que diminuiu sensivelmente o problema. Conversamos, ainda, com o dono da loja mostrando as vantagens da utilização do aparelho e, como a sua funcionária, ao investir na aparência, estava melhorando o próprio nível da loja. Tudo seria uma questão de tempo. Em seguida, foi trabalhado com a paciente certos posicionamentos da língua a fim de adaptá-la às modificações ortodônticas realizadas. Isto fez com que, a partir da compreensão e conhecimento do processo mecânico da fala, a paciente pudesse ter um melhor controle de sua pronúncia e da saliva.

Roncar e babar

Paciente com 57 anos, divorciado, perto do segundo casamento com uma mulher de 35 anos. Queixa: ronco e baba noturna. Como iria se casar se roncava e babava? Não queria que isto ocorresse na frente da nova esposa. Para ele, isto poderia interferir no seu novo relacionamento. Encaminhado ao médico, diagnosticou-se que ele roncava sem apnéia noturna. Orientamos o paciente para que emagrecesse um pouco, não comesse e nem bebesse em demasia antes de dormir. Também deveria mudar sua posição habitual na cama, que era de barriga para cima e passasse a dormir de lado. Finalmente, fizemos um trabalho de selamento labial e fortalecimento das estruturas posteriores, através de exercícios de tonificação.

Irene Marchesan - A Prof. Dra. Irene Marchesan (irene@cefac.br) é brasileira, fonoaudióloga há 28 anos, única brasileira premiada pela IAOM - International Association of Orofacial Myology (http://www.iaom.com) por sua contribuição nas pesquisas de Miologia Orofacial.

É Especialista, Mestre e Doutora em Motricidade Oral (MO). Autora de diversas publicações na área de MO, destaca o livro "Fonoaudiologia e Ortodontia/ Ortopedia Facial - esclarecendo dúvidas sobre o trabalho conjunto" como uma de suas principais obras. Participa do Conselho Editorial de várias revistas científicas e é a Diretora Científica do Jornal Brasileiro de Fonoaudiologia.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Escovação correta pode prevenir doenças cardíacas


Bactérias que causam a inflamação da gengiva entram na corrente sanguínea e podem se alojar nas artérias que irrigam o coração.

Quantas vezes por dia você escova os dentes? O aposentado Carlos da Silva afirma que escova "de manhã ao levantar, após o almoço, uma vez à tarde depois de algum lanche e após o jantar".

"Saúde bucal hoje previne até doenças", diz o vendedor Devison de Souza. Ele tem razão.

Uma pesquisa realizada na Escócia e publicada no Reino Unido numa revista especializada em medicina aponta que a saúde da boca está diretamente relacionada com a saúde geral do paciente. De acordo com o estudo feito com quase 12 mil pessoas, quem não escova os dentes, ou os escova apenas uma vez por dia, tem mais chance de ter problemas cardiovasculares.

O professor do curso de odontologia Eduardo Rollo Duarte explica qual a relação entre a boca e o coração. "Pessoas que não escovam pelo menos duas vezes por dia tem 75% mais chances de terem problemas cardiovasculares. Muito provavelmente porque quem não escova bem ou escova pouco desenvolve gengivite, que é uma inflamação dos tecidos gengivais”, diz.

Segundo os especialistas, as bactérias que causam a inflamação da gengiva entram na corrente sanguínea e podem se alojar nas artérias que irrigam o coração, e seriam responsáveis ainda por contribuir na obstrução da circulação do órgão, o que pode levar a um infarto.

O aposentado Élcio Bonasorte teve gengivite. Depois de fazer o tratamento dentário, ele não só recuperou os dentes, como conseguiu controlar o diabetes, que estava descompensado. "O primeiro pensamento da pessoa tem que ser esse, manter a boca sempre sadia", diz.

Por isso, os especialistas dão dicas de como fazer para fazer a escovação correta dos dentes. "Uma boa escovação começa primeiro com um bom bochecho forte com água, na pia, no banheiro, e a pessoa que vai escovar os dentes tem que estar visualizando os movimentos, de preferência sem muita força, com carinho, de forma circular em volta dos dentes com a ponta da escova, das cerdas próximas à gengiva, sem fazer muita força", diz o dentista.

“As escovas não duram. Eles devem ser trocadas com certa frequência. Toda vez que a escova já estiver com as cerdas já esgarçadas e as pontinhas começam a ficar alteradas, a escovação não fica eficaz, porque a cerda deve ser bem macia para poder limpar os dentes em volta da gengiva”, completa Eduardo.

A escova de dentes deve ser trocada a cada dois ou três meses no máximo. Os dentistas dizem ainda que não é preciso exagerar na quantidade de pasta de dente. Afinal, é a escova que faz o trabalho de limpeza. Você deve colocar a quantidade equivalente a um grão de ervilha.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

PESQUISA: 80% DOS IDOSOS ESTÃO SEM DENTES.

Quase 80% dos idosos brasileiros têm menos de 20 dentes

Quase 80% dos idosos brasileiros têm menos de 20 dentes. Os maiores riscos de perda dentária estão no interior do Mato Grosso e regiões Norte e Nordeste do Brasil.

Perda de dentes

Metade dos brasileiros entre 35 e 45 anos já perdeu ao menos 12 dentes e cerca de 80% dos idosos no país têm menos de 20 dentes.

E aproximadamente 35% dos idosos que precisam de dentadura não têm acesso a ela, segundo a pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo.

O levantamento foi feito em 250 municípios de todos os estados e abrangeu 13.471 adultos entre 35 e 44 anos e 5.349 idosos entre 65 e 74 anos.


Estética e saúde

A pesquisa indicou quais fatores tinham relação com a perda dentária em adultos, com a falta de dentaduras e a presença de menos de 20 dentes na boca (edentulismo funcional) em idosos.

“Quem tem menos de 20 dentes não consegue mastigar ou falar de forma eficiente”, explica o dentista Rafael da Silveira Moreira, autor da pesquisa. “E a estética fica comprometida”.

A pesquisa aponta que a média de perda dentária e edentulismo funcional foram maiores entre os habitantes de cidades pequenas, estados onde são extraídos mais dentes por habitante e regiões com menor número de dentistas por habitante.

Mapa dentário

Com essas informações, Silveira elaborou mapas mostrando as áreas do Brasil em que esses fatores de risco estão mais presentes.

Áreas de risco alto para perda dentária estão presentes principalmente no Mato Groso e Pará, no oeste da região Norte, em todos os estados do Nordeste, exceto Pernambuco e Bahia. Também há áreas menores na divisa entre Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. As áreas de maior risco para idosos terem menos de 20 dentes estão no Nordeste, Norte, MT e PR.

O risco para edentulismo funcional é mais alto nas regiões Norte e Nordeste inteiras. Há manchas de risco altíssimo em regiões do interior da Bahia, Maranhão, Pará, Amapá e Amazonas. Há somente uma mancha de baixo risco, entre o Vale do Paraíba e a Região Metropolitana de São Paulo.

Condição social

A pesquisa mostrou que têm maior associação com a perda dentária alguns grupos que procuram mais os serviços odontológicos. Entre eles, mulheres e aqueles que foram ao dentista ao menos uma vez na vida.

Segundo Silveira, isso acontece por que muitas vezes as pessoas procuram serviços de saúde que não conseguem oferecer alternativas à extração – como tratamento de canal.

Quando têm pelo menos um carro, membros desses grupos correm menor risco. “A condição social da pessoa determina se ir ao dentista pode ser uma situação de risco ou proteção para a perda dentária”, diz Silveira.

Também tinham maiores chances de perda dentária pessoas com menos anos de estudo e quem não recebeu informações sobre como prevenir doenças bucais. Outros fatores de risco eram demorar mais de três anos para ir ao dentista ou só ir em situações de emergência.

Falta de dentaduras


O estudo mostrou que há mais idosos precisando de dentadura e sem acesso a ela nas cidades com menos de 100 mil habitantes, microrregiões em que muitas pessoas só vão ao dentista em situação de emergência e nos estados onde os adultos têm menor escolaridade.

Essas áreas de risco estão em todo o Nordeste, no oeste da região Norte e no norte de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. Há algumas áreas de risco muito baixo em São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.

Idosos que nunca foram ao dentista têm o dobro de chance de precisar de dentadura e não ter. Também tem mais chance os homens, não-brancos, maiores de 69 anos e que moram em casas com maior número de pessoas por cômodo. Idosos que moram em áreas urbanas tiveram menor risco, mas quando a última consulta odontológica foi realizada no serviço público, o risco foi maior.

Risco de perda dentária

“A pesquisa ajuda a orientar políticas de saúde pública”, explica o professor da FSP Júlio César Pereira, orientador de Silveira. “O prefeito de uma cidade que agrega muitos fatores de risco pode ir a Brasília, mostrar esse mapa e pleitear mais recursos.”

Além disso, os resultados podem servir para mostrar aos dentistas quais pacientes têm maior risco de perda dentária. “Assim, quando entrar um paciente com perfil de risco, ele já sabe como atender”, diz Pereira.

Fonte: Agência USP

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O MAU HÁLITO.

O mau hálito, também chamado de halitose, é um problema que atormenta a humanidade há milênios. Existem relatos de tratamentos para o mau hálito que datam mais de 3000 mil anos. Até na Bíblia, no livro Gênesis, há menção de tratamentos para refrescar o hálito.

O curioso é que muitas pessoas que não tem halitose se preocupam exageradamente com seu hálito, enquanto que boa parte das que tem mau hálito, não suspeita do fato. Até 25% das pessoas que procuram atendimento médico por mau hálito, na verdade não o tem.

Quais são as causas de mau hálito ?

Existes mais 40 causas diferentes para o mau hálito. Vamos focar apenas nas mais comuns.

Mais de 80% dos casos se originam na própria boca. São causados pela ação da flora bacteriana natural da nossa orofaringe sobre os alimentos que ingerimos. Possuímos mais de 600 tipos de bactérias na nossa boca, muitas delas capazes de produzir gases com odor após metabolização de materiais orgânicos, principalmente proteínas.



Dois pontos são críticos. O acúmulo das bactérias entre os dentes e na região posterior da língua, próximo a faringe. O cheiro da halitose provém da produção de gases por essas bactérias após a metabolização de alimentos que ficam depositados nestas regiões.

Como é previsível, quanto menor a higiene bucal, mais detritos alimentares permanecem na cavidade oral, e mais intenso é o mau hálito. Inflamações como gengivites e periodontites também favorecem a halitose.

A saliva é uma anti-séptico bucal natural. Além de possuir substâncias antibacterianas, ela ajuda no enxágüe da orofaringe, diminuindo os resíduos de bactérias e alimentos. Quanto mais ressecada for a boca, pior é o hálito.

Ainda na boca, outro ponto que pode dar origem ao mau hálito são as amígdalas. Pacientes com amigdalite de repetição costumam apresentam pequenas criptas em suas amígdalas que favorecem a deposição de alimentos e de restos celulares de infecções antigas, formando o cáseo ou caseum. De vez em quando, pequenas "pedrinhas" extremamente mal cheirosas se soltam destas criptas levando o paciente a imaginar que seu hálito é tão ruim quanto este odor. Na verdade, nem sempre o cáseo amigdaliano é causa de mau hálito, e não necessariamente o hálito de quem tem cáseo é tão ruim quanto o cheiro do mesmo.


Um mau hálito que surge subitamente pode ser o primeiro sinal de uma faringite ou amigdalite
em desenvolvimento. Isto é particularmente real nas crianças.

Outro sítio que pode ser a causa da halitose é o nariz, ocorrendo principalmente devido a quadros de sinusite. A existência de gotejamento pós-nasal pode levar ao acúmulo de substâncias mal cheirosas na base da língua.

Um tipo de mau hálito, extremamente comum e normalmente passageiro, é aquele que ocorre ao acordarmos. 2 fatos contribuem para essa halitose:

Muitas pessoas dormem de boca aberta, levando a um ressecamento da boca durante a noite que como já foi explicado anteriormente, leva ao mau hálito.

Porém, o fator mais importante é outro. Durante o sono, chegamos a ficar mais de 10 horas
em jejum. O corpo precisa produzir energia constantemente e em períodos de jejum há pouca glicose disponível como combustível. O organismo então passa a queimar gorduras para produzir energia. A metabolização de gorduras leva a produção de corpos cetônicos, substâncias com odor forte que são eliminadas pelos pulmões. Reparem que toda vez que estamos com muita fome ou em longos períodos de jejum, ficamos com mau hálito. Felizmente, este é fácil de resolver. É só comer.

O hálito cetônico do jejum é o mesmo que ocorre nos pacientes com diabetes mal controlados.


Costuma-se supervalorizar o papel do estômago na halitose. Porém, raramente esta é causa de mau hálito. A exceção ocorre naqueles com refluxo gastresofágico. Não se justifica uma investigação com gastroenterologista se um hálito ruim for a única queixa.

Muito raramente um tumor oculto da orofaringe ou laringe pode ser a causa do mau cheiro.

Nossos hábitos diários também influenciam no hálito. O tabagismo, o consumo regular de bebidas alcoólicas e excesso de café são causas de mau hálito. Existe também uma relação ainda pouco entendida entre obesidade e halitose.

Alguns alimentos como alho e cebola são capazes de causar mau hálito por várias horas. No caso do alho, um dos gases produzidos pela sua digestão consegue ser absorvido pela circulação sanguínea e ser eliminado pelos pulmões. Por isso, o hálito ruim pode permanecer mesmo após a escovação dos dentes.

Tratamento do mau hálito?

Como a grande maioria dos casos tem origem na boca, o dentista costuma ser o melhor especialista. Porém, o otorrinolaringologista pode ser o melhor médico nos casos de halitose pelas amígdalas, faringe ou nariz.

Algumas dicas podem resolver, ou pelo menos aliviar o problema:

· Adequada higiene oral e uso de fio dental

· Check-up dental regular

· Gargarejos com anti-sépticos orais, principalmente à noite

· Escovação da língua. Molhe sua escova com anti-sépticos orais em vez de pasta de dente (dentifrício) para limpar a língua.

· Ingestão de líquidos para evitar desidratação e ressecamento da boca

· Chicletes (pastilhas elásticas) sem açúcar aumentam a salivação e ajudam a "lavar" a boca. 5 minutos de mastigação são suficientes.

· Evitar álcool, café e cigarro

· Evitar longos períodos de jejum

· Alimentar-se bem no café da manhã (pequeno almoço)



segunda-feira, 2 de agosto de 2010

CUIDADOS COM APARELHO ORTODÔNTICO FIXO OU REMOVÍVEL.



Remover elásticos e aparelhos extra-bucais antes de escovar os dentes.

Direcionar a escova num ângulo de 45º, com as cerdas apontadas para a junção dos dentes com a gengiva. É importante massagear as gengivas durante a escovação dos dentes, para remover partículas de alimento presas embaixo do aparelho.

A técnica de escovação mais adequada é aquela que consegue limpar os dentes, as gengivas e o aparelho da melhor maneira possível. O mais importante é limpar a parte da frente, de trás e de cima dos dentes, o que leva, em média, dez segundos por dente. Os espaços entre os dentes devem ser limpos com o fio dental.

O aparelho pode ser limpo com a escova em 45º. É importante limpar por dentro e ao redor de todos os fios e bráquetes que compõem o aparelho. Para limpar os dois lados do fio, basta inverter a posição da escova, passando a limpar os fios primeiro por cima e depois por baixo.

As superfícies internas devem ser limpas com a escova inclinada sobre os dentes, formando um ângulo de 90º. A escova deve atingir a parte de trás dos dentes inferiores e superiores onde a visualização às vezes é mais difícil.

Ao final, é importante fazer um bochecho completo com água, pelo menos duas vezes seguidas. O aparelho está limpo quando estiver brilhando.


PASSO A PASSO DA HIGIENIZAÇÃO.


Com os dentes fechados, fazer movimentos circulares com a escova

Para limpar a arcada superior, faça movimentos de cima para baixo - da gengiva para o dente. Para limpar a arcada inferior, faça movimentos de baixo para cima - da gengiva para o dente.


Para a escovação oclusal - parte superior do dente, faça movimentos de vai-vem.

Para limpar debaixo do Fio e em volta dos Brackets, use a Escova Interdental.
O uso do Fio Dental é necessário para a retirada dos resíduos presentes entre os dentes. Para facilitar sua utilização use sempre um Passa-Fio.

COMO CUIDAR DO APARELHO REMOVÍVEL






Fora da boca, os aparelhos removíveis devem ser guardados em estojo especial, feito com essa finalidade. Não devem ser guardados no bolso, bolsas, guardanapos.

O aparelho removível não deve ser lavado ou escovado dentro da boca. Para limpá-lo, basta utilizar uma escova de dente e lavá-lo com água.

Deve-se evitar comer com o aparelho na boca, pois, além do risco de machucar a boca e danificar o aparelho, será mais difícil limpá-lo.

Ao praticar esportes de impacto, como futebol, vôlei, basquete, boxe, os aparelhos removíveis devem ser retirados da boca.

Para evitar que o aparelho removível resseque e fique com gosto e cheiro estranhos ao habitual, depois de escovado, basta colocá-lo em estojo ou copo com água, adicionando uma colher de sopa de água oxigenada, ou uma colher de sobremesa de bicarbonato de sódio. É importante não esquecer de escovar e enxaguar o aparelho antes de usá-lo novamente.

FENDAS LABIO PALATINAS


Introdução

As fissuras de lábio e palato são deformidades congênitas caracterizadas pela interrupção na continuidade dos tecidos do lábio superior, rebordo alveolar superior e palato, de forma parcial para cada um destes elementos ou, de maneira mais abrangente, quando mais de um ou mesmo todos estes segmentos do terço médio da face se apresentam comprometidos. Podem ainda ser unilaterais, bilaterais, ou medianas. Existem fissuras de lábio inferior envolvendo até mesmo a mandíbula, porém, são bem mais raras que as fissuras de lábio-palato.

Nota-se a existência de aspectos multifatoriais concomitantes, tais como, hereditariedade, carência alimentar, influências psicológicas, doenças infecciosas, idade avançada dos genitores, drogas, radiação ionizante, diabetes materna e fumo. Poucos defeitos têm, para família o impacto emocional de ver a criança facialmente desfigurada, soma-se a isso a deficiência funcional avançada da fala, mastigação e deglutição. Há uma prevalência aumentada de malformações congênitas associadas, bem como deficiência de aprendizagem secundária à deficiência da audição.

Tentativas de se corrigir o defeito, pela localização compromete seriamente a estética facial. A primeira descrição documentada de sucesso na correção de fissura de lábio foi feita por um cirurgião flamengo, chamado Yeperman (1295-1351). No entanto as primeiras referências cirúrgicas para correção de fenda palatina, ocorreram no século XIX com destaque para os trabalhos de Graefe (1816) e Roux (1819), para reparo de palato mole e Diffenbach (1826) para reparo de palato duro.

A partir do pioneirismo desses cirurgiões, surgiram novas oportunidades para outros profissionais da área de saúde pesquisarem e desenvolverem novas técnicas no tratamento de fissuras lábio- palatinas que objetivassem cada vez mais uma melhor recuperação funcional e estética para o paciente. Vale ressaltar que nem todas as propostas de cirurgia apresentadas são válidas.

Revisão

Embriologia da face

O desenvolvimento inicial da face é dominado pela proliferação e migração do ectomêsenquima envolvido na formação das cavidades nasais primitivaas. Em torno do 28º dia de vida intrauterina, espessamentos localizados desenvolvem-se no ectoderma da proeminência frontal em posição rostral à abertura do estomódio. Tais espessamentos são placóides olfatórios. Uma rápida proliferação do mesênquima subjacente ocorre em torno das saliências dos placóides na proeminência frontal anterior, produzindo, também, uma saliência em forma de ferradura, que transforma o placóide olfatório em uma fosseta nasal. O braço lateral de cada ferradura é chamado processo nasal lateral, e o braço medial processo nasal medial. Entre os dois processos nasais, encontra-se uma nova área formada por uma depressão, denominada processo frontonasal. Os processos nasais mediais dos dois lados, junto com o processo frontonasal, formam a porção média do nariz, porção média do lábio superior, porção anterior da maxila e palato primário.

Os processos maxilares crescem medialmente e se aproximam dos processos nasais medial e lateral, porem permanecem separados deles por nítidos sulco. O crescimento medial do processo maxilar empurra o processo nasal medial em direção a linha média, onde se funde com a sua contraparte anatômica do lado oposto, eliminando o processo frontonasal. Dessa forma, o lábio superior é formado a partir dos processos maxilares e processos nasais mediais, ocorrendo fusão entre a extensão anterior do processo maxilar e a face lateral do processo nasal medial. O lábio inferior é formado pela fusão dos processos mandibulares. A fusão dos dois processos nasais mediais resulta na formação de parte da maxila, que contem os dentes incisivos e o palato primário, assim como parte dos lábio.

Um tipo incomum de fusão ocorre entre o processo maxilar e o processo nasal lateral. Como a maioria dos outros processos associados ao desenvolvimento facial, os processos maxilares e nasais laterais são, inicialmente, separados por um sulco profundo. O epitélio do assoalho do sulco entre eles formam um núcleo sólido que se separa da superfície e, finalmente, da origem a um canal, para formar o ducto nasolacrimal. Após o ducto tornar-se separado os dois processos fundem-se em decorrência da proliferação do mesênquima.

As fendas possuem diferentes causas. As fendas do lábio e da maxila anterior resultam de um desenvolvimento imperfeito do palato embrionário primário. Freqüentemente, quando essas fendas ocorrem, a deformação do desenvolvimento facial impede o contato das cristas palatinas, quando elas giram para a posição horizontal, de tal forma que as fendas do palato primário são freqüentemente acompanhadas pelas do palato secundário (duro e mole).Entretanto, as fendas palatinas podem resultar de: falhas das cristas palatinas de se contatarem por causa de uma falha de crescimento ou de um distúrbio no mecanismo de elevação das cristas; falha das cristas em se fundirem após o contato ter sido estabelecido devido ao fato de o epitélio de revestimento não se romper ou não ser reabsorvido; ruptura após ter ocorrido a fusão das cristas; fusão e consolidação defeituosa do mesênquima das cristas palatinas.

Etiologia e patogenia

Não há um fator específico que possa ser responsável pelas fendas labiais e palatinas. Porem, há um conjunto de aspectos que são co-responsaveis pela alteração embriogênica nos dois primeiros meses de gestação.

1. genes mutantes: pode ser a explicação para a ocorrência dessas deformidades associadas a outras síndromes raras, principalmente envolvendo alterações congênitas dos membros.

2. aberrações cromossômicas: quando ocorrem associadas a síndromes como a D-trissomia.

3. agentes teratogênicos: moléstias, medicamentos, estresse, quando agindo em um embrião predisposto geneticamente, seriam responsáveis por uma pequena proporção dos casos.

4. herança multifatorial: a maior parte dos casos se enquadra nesta categoria. Haveria uma tendência familiar não obedecendo um padrão mendeliano e não estando presentes, ou pelo menos demonstráveis, as aberrações cromossômicas.

Condições sistêmicas como diabete materna, a idade avançada dos genitores e o fumo, também tem uma relação predisponente as fissuras lábio palatinas.

Apesar de estarem freqüentemente associadas são anomalias que envolvem processos de desenvolvimento diferentes, que ocorrem em tempos diversos, no período entre a 4º e a 8º semana de gestação.

Incidência

Na literatura nacional e internacional, evidenciou-se que os autores consideram as fissuras de lábio e/ou palato, uma malformação congênita de elevada incidência. Sendo a hereditariedade responsável por 25% a 30% dos casos de fissuras de lábio e/ou palato e cerca de 70% a 80% dos casos são considerados de etiologia multifatorial. Essas são consideradas como a segunda malformação mais comum na população. No Brasil, ainda não é possível saber o número exato de fissurados, estima-se existirem cerca de 180.000 portadores, sendo a ocorrência da ordem de um para cada 650 nascimentos, e a mortalidade no primeiro ano de vida em torno de 35%.

Em relação ao tipo de fissura os estudos de Fogh-Andersen (1942) apresentam:

  • 25% - fissuras de lábio isoladamente, 80% unilateral , 20% bilateral
  • 50% - fissuras lábiopalatinas
  • 25% - fissuras de palato isolado

Esses mesmos estudos, confirmados por outros autores, mostram preferência pelo lado esquerdo nas fissuras labiais, predominância pelo sexo masculino nas fissuras lábiopalatinas e pelo feminino nas fissuras isoladas de palato. A incidência global de fendas labiais é de aproximadamente 1 em 700 nascidos vivos. Esse índice parece estar lentamente crescente, possivelmente por causa dos cuidados neonatais melhorados das crianças sindrômicas mais gravemente afetadas. 85% dos lábios leporinos ocorrem isoladamente e 15% possuem associação sindrômica, significando que eles estão associados com outras deformidades congênitas ou com conhecidas aberrações genéticas. Existem mais de 200 síndromes conhecidas associadas com essas fendas. Uma das mais importantes é a síndrome de Von der Woude, que se apresenta como um lábio leporino com buracos labiais. Sua importância está na modalidade de transmissão. Essa síndrome apresenta transmissão autossômica dominante, e a descendência do individuo afetado tem probabilidade de 50% de ser acometido.

A incidência de fenda palatina isolada é de aproximadamente 1 em 2000 nascidos vivos.

Neel (1958) mostra maior incidência de fissuras lábiopalatinas entra crianças japonesas (2,1:1000), situação confirmada por Fujino (1963), entre outros orientais. Estudos com a população negra radicada nos Estados Unidos mostra uma menor incidência, cuja a média estaria em torno de 0,4 para 1000 nascimentos.

Classificação

Várias são as classificações utilizadas para as fissuras labiopalatinas, porém poucas têm aplicação clínica.

Classificação de Davis e Ritchie (1922), baseada na posição da fissura em relação ao processo alveolar. São três os grupos:

  • Grupo I - Fissura pré-alveolar, quando envolve somente o lábio. Pode ser unilateral, bilateral ou mediana.
  • Grupo II - Fissura pós-alveolar, comprometendo palato mole, palato mole mais palato duro ou fissura submucosa
  • Grupo III - Fissura alveolar, que pode ser unilateral, bilateral ou mediana.

Classificação de Veau (1931). São quatro os tipos:

  • Tipo I - Fissuras de palato mole.
  • Tipo II - Fissuras de palato duro e palato mole até o limite no forame incisivo
  • Tipo III - Fissuras de palato duro e palato mole até o limite no forame incisivo na linha média, estendendo até ao alvéolo na posição do futuro dente incisivo lateral de um dos lados.
  • Tipo IV - Fissura bilateral completa. À semelhança do tipo III, envolvendo os dois lados e mantendo uma porção mediana pré-maxila, suspensa ao septo nasal.

Kernahan e Stark (1958) e Harkins (1962) propuseram classificações que na sua modificação foram adotadas pela Associação Americana de Fissura Palatina. Spina (1979) conseguiu simplificá-las da seguinte maneira:

  • Grupo I: Fissuras pré-forame incisivo: Fissuras de lábio com ou sem envolvimento alveolar. Podendo ser bilateral ou unilateral, completa ou incompleta.
  • Grupo II: Fissuras transforame incisivo: são os de maior gravidade, atingindo lábio, arcada alveolar e todo palato. Podendo ser unilateral ou bilateral.
  • Grupo III: Fissuras pós forame incisivo: são fissuras palatinas, em geral medianas, que podem situar-se apenas na úvula, palato e envolver todo palato duro. Podendo ser completa o incompleta.
  • Grupo IV: Fissuras parciais raras.

Características do portador de fenda lábio palatina

As fendas lábio palatinas podem ser uma anomalia congênita isolada, fazer parte de uma síndrome ou associação e portanto há a necessidade de uma cuidadosa investigação em busca de outras anormalidade.

Quanto a existência de anomalias associadas, 2-11% dos casos de fenda lábio palatina tem outras anomalias congênitas, sendo 7-13%, quando há apenas fenda labial e 13-50%, quando há fenda palatina isolada.

A anomalia congênita mais comum nos casos de fenda lábio palatina é a cardíaca. De todas as crianças portadoras, 30% apresentam cardiopatia congênita. Se a fenda labial é unilateral, a cardiopatia ocorre em 5 % dos casos. Se for bilateral, em 12 %. As anomalias esqueléticas acontecem em 11 % dos casos de fenda lábio palatina e a assimetria de orelha é observada em 21% dos casos.

Pode ocorrer retardo de crescimento pré e pós-natal, insuficiência velofaringeana, atresia de esôfago, anomalias de fusão em vértebras (15-20%), sendo 54% em cervical, anomalias olfatórias (50% em casos de fenda palatina) e do trato urinário. Os indivíduos com fenda lábio palatina têm uma incidência 40 vezes maior do que a da população geral para apresentar deficiência do hormônio de crescimento (GH).

Diagnóstico pré-natal , tratamento e prognóstico

O diagnóstico precoce pode ser realizado no pré-natal pela ultra-sonografia a partir da 14º semana de gestação. No trabalho de Bunduki et al. (2000) foram avaliados 40 fetos com diagnóstico pré-natal de fenda lábio palatino, sendo 45% de fenda labial, 47.5 % de fenda lábio palatina e 7,5% de fenda palatina. Os autores consideraram que as fendas lábio palatinas são excelentes marcadores para malformações associadas a aneuploidias. O caráter isolado de fenda palatina esteve associado a um excelente prognóstico.

As crianças que apresentam algum tipo de fissura lábio palatina, devem submeter-se a um programa de recuperação multidisciplinar, pois a complexidade maior ou menor da alteração requer um concurso de diferentes profissionais tais como:

  • Cirurgiões dentistas: especializados em cirurgia, ortodontia, prótese e odontopediatria.
  • Médicos: especializados em cirurgia plástica, pediatria, otorrinolaringologia e psiquiatria.
  • Outros: psicólogo, assistente social, fonoaudiólogo, nutricionista e enfermeiro.

O atendimento do fissurado pode seguir a seguinte orientação:

Do nascimento ao fim do primeiro mês:

  • Orientar os pais, informá-los, devidamente, quanto ao problema atual da criança, as perspectivas futuras e ajudá-los a assumir uma atitude sadia com relação ao problema.
  • Supervisionar a saúde geral da criança.
  • Planejar a cirurgia a ser executada.

Do fim do primeiro mês ao fim do primeiro ano:

  • Cirurgia para fechar a fenda do lábio.
  • Supervisionar a saúde geral da criança.
  • Orientar os pais quanto aos cuidados a ter com a criança.

Do fim do primeiro ano até o sétimo ano:

  • Supervisionar a saúde geral da criança.
  • Orientar a criança, buscando seu desenvolvimento psicossomático.
  • Cirurgia para fechar a fenda platina.
  • Prótese reparadora.
  • Treinamento da fonação.
  • Cuidados ortodônticos.
  • Tratamento dos dentes.

Dos seis anos até a idade adulta:

  • Supervisão geral da saúde.
  • Orientação da criança e auxílio aos pais sob o aspecto psicológico.
  • Cirurgia, prótese e ortodontia, sempre que o caso demandar.
  • Supervisão e tratamento dentário periódico.
  • Treinamento de fonação.
  • Orientação vocacional, adestramento e desempenho de alguma função.

Os procedimentos operatórios para palatoplastia são muito variados, visto que cada fissura é única. Elas variam em largura extensão, quantidade de tecidos moles e duros disponíveis e extensão do palato (16). O objetivo geral da cirurgia é fechar o palato duro com os tecidos moles adjacentes à fissura. Assim, descrevendo ao longo de um procedimento operatório as variadas características da fissura a qual o cirurgião pode-se defrontar e relacionada a estas particularidades, as varias técnicas que ele pode estar utilizando.

O primeiro cuidado deve se garantir, em maior grau possível a anti-sepsia do campo operatório, sendo cáries previamente obturadas e raízes dentarias inaproveitáveis extraídas. O palato duro é fechado apenas com tecido mole. Os tecidos moles são incisados ao longo da margem da fissura e dissecados dos processos palatinos ate quês seja possível sua aproximação sobre a fissura. Os tecidos moles que se estendem ao redor da margem da fissura variam em qualidade e quantidade. Alguns são atróficos e não disponíveis para uso, como ocorrem em fissuras largas.

Os tecidos moles, ao redor da fissura que forem saudáveis, prestam-se de pronto, para dissecação da sutura. Esse procedimento precisa freqüentemente de incisões relaxantes laterais próximas a dentição. Os tecidos moles são então firmemente suturados sobre a fissura, e aguardado cicatrizar. As áreas de osso exposta cicatrizam por segunda intenção. Quando é possível, Graziane (1995) recomenda o fechamento da fissura em duas camadas, sendo a mucosa nasal, parede lateral e áreas septais do nariz suturadas por partes antes da sutura oral. Quando o vômer é longo e inserido ao processo palatino oposto à fissura, o retalho pode ser obtido dele e suturado aos tecidos palatinos do lado da fissura, como a Técnica de Campbell-Pichler.

Na maioria dos casos de fenda lábio palatina não sindrômicos não há comprometimento do sistema nervoso e os afetados não têm retardo mental. A morbidade das crianças portadoras é maior decorrente da dificuldade para se alimentar, podendo ocorrer desnutrição, anemia, pneumonia aspirativa e infecções de repetição. Nos casos sem associação de malformação ou complicações decorrentes das fendas o prognóstico é bom.

Cuidados odontológicos

As fendas lábio palatinas afetam o desenvolvimento dos dentes decíduo se permanentes com freqüência. Os problemas mais comuns estão relacionados com a ausência congênita de dentes ou presença de dentes supranumerários. As anomalias dentárias ocorrem em 53% das crianças com fendas. As mais freqüentes são hipodontia e hipoplasia dentária sendo as menos freqüentes, a microdontia e os dentes geminados, porém ainda são 7% mais freqüentes do que na população em geral.

A incidência de agenesia na área da fenda na dentição permanente é maior do que a de dentes supranumerários e na dentição decídua ocorre o inverso, sendo o incisivo lateral o dente que é mais susceptível a danos na área da fissura.

A cronologia de erupção está atrasada em crianças portadoras e os distúrbios mais freqüentes atribuídos à erupção são prurido, salivação abundante, aumento da freqüência de sucção e irritabilidade.

Os indivíduos com fissuras, principalmente do palato apresentam discrepâncias entre o tamanho, formato e posição dos maxilares. Um achado comum é o prognatismo mandibular, causado mais pela retração da maxila do que pela protusão da mandíbula.

Dentre as doenças bucais mais prevalentes encontradas nas crianças com fendas as maloclusões estão presentes em mais de 86% dos casos de fissuras, sendo mais freqüente a mordida cruzada (75% dos casos). A prevalência e a atividade de cáries é relativamente maior, sendo os pacientes acometidos

um grupo de risco para o desenvolvimento de cáries.

Uma higiene bucal deficiente aumenta o aparecimento da placa bacteriana na superfície dos dentes. Os programas de prevenção de cáries são importantes para garantir a saúde bucal desses pacientes.

Ao nascer as crianças devem ser encaminhadas aos ortodontistas para que estes possam programar o tratamento adequado, já que a variação de expressão da doença é muito grande e o tratamento ortodôntico é individualizado.

Discussão

Segundo a literatura pesquisada, não há um único fator responsável pelo desenvolvimento das fendas. Existem condições de risco, bem como a predisposição genética nos casos não sindrômicos e fatores ambientais(fumo, álcool, medicamento, desnutrição e etc).

As fendas labiais e palatinas são conseqüência de falha na fusão dos processos osseos da face porém, ocorrem em locais e em cronologias diferentes. A primeira resulta do desenvolvimento imperfeito do palato embrionário primário, já a segunda da falha das cristas palatinas em se contactarem.

Devido a grande variedade de combinações foram desenvolvidas, ao longo dos anos, classificações com o objetivo de descrevê-las entre elas a de Davis e Ritchie, Kernahan e Stark, Harkins porém, a de Spina é a mais adotada desde sua concepção em 1979.

A diversificação das fendas faz com que o mesmo aconteça em relação as técnicas cirúrgicas corretivas. Independente disso, para se obter sucesso do tratamento é necessário um acompanhamento multidisciplinar que garanta o restabelecimento funcional estético e psicológico do paciente.

Conclusão

É possível afirmar que as fendas labiais e palatinas podem estar associadas ou isoladas e que possuem características clinicas e etiológicas distintas. Ainda não é possível apontar um fator específico que promova a falha na fusão dos processos ósseos, porém, existem situações que potencializam a ocorrência da má formação congênita. Em relação à classificação, muitas se desenvolveram ao longo dos anos, mas a mais utilizada é a de Spina por possuir uma denotação mais simples e ao mesmo tempo abrangente.

O tratamento deve ser realizado por uma equipe de diferentes profissionais: médicos, dentistas, fonoaudiólogos, nutricionistas e psicólogos que atuarão em conjunto. A família deverá ter o esclarecimento necessário para lidar com a situação visto que, dependendo do grau de severidade as fendas promovem um grande impacto visual. O prognóstico é considerado bom, nos casos em que não há mal formações associadas nem complicações decorrentes das fendas labiais e palatinas.

A prevenção ainda não é uma realidade, uma vez que, é uma doença multifatorial, mas os avanços da medicina já permitem o diagnóstico precoce.